Diante da indignação de vários leitores, expressados por inúmeros comentários feitos em matérias sobre nomeações de comissionados com salários que passam de R$ 7 mil na Governadoria, o Midiamax foi até a secretaria de Governo para localizar os nomeados e pedir esclarecimentos sobre função desempenhada. Porém, foi impedido de falar com os nomeados.
O Midiamax começou a busca por comissionados pela recepcionista da portaria da Governadoria, dizendo que gostaria de falar com Waldemir Poppi, Mariano Cabreira ou Rosemary Bezerra. Rapidamente, um dos seguranças do governador avisou que a reportagem era do Midiamax e a secretária pediu para procurar o responsável pela comunicação na Governadoria, Guilherme Filho.
O responsável pela comunicação de Puccinelli ainda não tinha chegado e a assessoria informou que só ele poderia dar informações sobre funcionários. Passados alguns minutos, o assessor de Puccinelli chegou e perguntou qual seria o assunto. Após tomar conhecimento de que a reportagem queria informações sobre as funções desempenhadas por comissionados com altos salários na governadoria, Guilherme informou que não era permitido acesso para falar com os funcionários pessoalmente.
“Não é o caso. Se você quer esclarecer se trabalham de fato, onde trabalha, tem como: liga para eles, para a assessoria de Governo e não tem problema nenhum, a gente informa. O Mariano, inclusive, eu conversei com ele hoje duas vezes”, garantiu.
Guilherme Filho justificou que embora estejam lotados na secretaria de Governo, alguns não cumprem, necessariamente, expediente no prédio. Ele comparou a situação a da secretaria de Saúde, onde não é possível encontrar todos os funcionários no prédio. “Pode ligar, se eles atenderem, na boa. Se houver algum esclarecimento mais objetivo, obviamente os superiores deles podem responder. Dizer que vai entrar para olhar sala por sala, isso não. Você nem me pediu isso”, concluiu. O Midiamax tentou falar com uma das comissionadas, Rosemary Bezerra, pelo telefone, mas a secretária Rose informado, as 16h50, que o RH (Recursos Humanos) já estava fechado e não teria como saber onde a funcionária trabalhava.
A justificativa da assessoria é parecida com a dada por Puccinelli no dia 14 de janeiro, quando ele foi questionado sobre a existência de funcionários fantasmas. “O Juvêncio emitia parecer. Quem disse que ele era fantasma é burro. Não precisa sentar o bumbum lá na cadeira”, disse o governador, sem esconder a irritação. Na sessão de abertura dos trabalhos na Assembleia, no dia 4 de fevereiro, Puccinelli foi questionado novamente sobre as indicações, mas disse que só falaria de questões políticas no dia 14 de fevereiro, quando volta das férias.
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No começo do ano Puccinelli exonerou 143 comissionados do governo, com a justificativa de melhorar o desempenho dos funcionários. A relação de demitidos incluía o ex-senador e prefeito, Juvêncio César da Fonseca, ex-deputado Reginaldo de Oliveira Ferreira, ex-deputado Manoel do Carmo Vitório, ex-prefeitos Dácio Queiróz Silva, de Antônio João, e José Arnaldo Ferreira de Melo, de Inocência, ex-participante do Big Brother Brasil, Dilson Walkares Rodovalho Filho, conhecido como Dilsinho MadMax, ex-secretário adjunto de Educação, Gamaliel de Oliveira Jurumenha, diretor da Ageprev, Moacyr Roberto Salles e o ex-secretário de Fazenda, Thiago Franco Cançado.
Alguns dias depois o governador recontratou vários comissionados e nomeou outros, dando abrigo a vários derrotados na eleição de 2012. André Puccinelli já nomeou a candidata derrotada em Corumbá, Solange Alves, o ex-prefeito de Jateí, Eraldo Jorge Leite (PSDB), também derrotado nas urnas, a ex-vereadora Magali Picarelli (PMDB), e os secretários de Planejamento e Governo de Nelsinho Trad (PMDB), Paulo Nahas e Rodrigo Aquino, respectivamente.