No "Correio" desta segunda, página 02, o professor universitário da UFMS-Três Lagoas, José Batista Sales, escreveu um artigo que mostra bem os posicionamentos atrasados e equivocados dos nossos políticos. Vamos retratar alguns trechos de seu artigo.
"A reação dos professores e executivos estaduais e municipais diante da política de piso salarial de professor revela os valores da sociedade que somos ou que construímos.
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Causam espanto a frequência e a assiduidade da educação nos assuntos preferidos dos políticos em tempo de campanha e, opostamente, como desaparecem no exercício de seus mandatos. ...
Não tenho conhecimento de nenhum membro do executivo recorrendo aos tribunais a fim de questionar ou alegar dificuldades financeiras para respeitar os pisos salariais de parlamentares e da elite do judiciário e do legislativo.
Ninguém desses setores da vida política brasileira se constrange ao argumentar que um funcionário com piso salarial de vinte e cinco mil reais tenha direito a vale-refeição ou auxílio moradia e outros mimos.
Nenhum prefeito, secretário de finanças ou ministro sente-se incomodado com a suntuosidade das construções arquitetônicas para o legislativo e o judiciário como, igualmente, não demonstrou indignação verdadeira diante das vergonhosas instalações para creches e escolas brasileiras. ...
... Em nenhum setor da sociedade brasileira há ações consequentes para questionar a enorme distância salarial entre a função mais simples e a mais complexa. Ninguém se incomoda com o fato de uma categoria ter piso salarial de R$ 25 mil e o de outra ter piso de R$ 1,5 mil.
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O repasse de dinheiro ao legislativo e judiciário, dito constitucional, sempre se faz pelo teto; para a educação, para a saúde e para o pobre, de modo em geral, quando se faz, é pelo piso! Mas ao invés de enfrentar problemas como este, os partidos políticos querem discutir a liberdade de expressão, a autonomia da Grécia e a crise da Europa."
O colega disse tudo!
