terça-feira, 31 de julho de 2012

INCLUSÃO DIGITAL E EDUCAÇÃO BÁSICA

     Para Marcelo Néri, pesquisador da FVG não basta subsidiar computadores e abrir centros públicos de acesso à rede mundial. É preciso mostra às pessoas a importância da internet e ensiná-las a usar a rede. "A falta de educação aparece como um dos principais motivos pelo qual as pessoas não se incluem digitalmente. Sem educação básica de qualidade, não há inclusão digital via computador".

     Postamos este trecho da matéria "Inclusão Digital só será Completa com Educação de Qualidade". da revista Geografia  (Editora Escala Educacional - Pág. 07, nº 44) para que observemos a preocupação quase que unânime de que não adianta investir em máquinas se não aprimorarmos o ser humano.  


quinta-feira, 26 de julho de 2012

TABLETS: MAIS UM FETICHE DO GOVERNO?


Tablets na sala de aula: mais do mesmo

 Clarice Cardoso - Carta Capital de 26/07 (trecho)

Sem formação de professores, distribuição 
de tablets pelo MEC tende a tropeçar em erros antigos.  
E o objeto de desejo do momento e nem as escolas estão livres de modismos. Na onda dos lançamentos de inúmeros modelos de tablet, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou em junho que investirá 150 milhões de reais na compra de 600 mil aparelhos para uso de professores de Ensino Médio da rede pública de todo o País. Espécie de computador em formato de prancheta com tela sensível ao toque, o tablet tornou-se sensação entre usuários de tecnologia pela portabilidade e a possibilidade de acessar a internet ou ler livros digitais, por exemplo, com mais facilidade.
Receberão os materiais primeiramente as escolas urbanas, com banda larga, rede sem fio e laboratório do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo). A distribuição se dará no segundo semestre dentro do Educação Digital – Política para computadores interativos e tablets, que prevê a inclusão de tecnologias de informação e comunicação (TICs) no processo de ensino. Os tablets virão num pacote de computadores interativos com lousa, acesso à internet, DVD, microfone, computador e projetor. Os aparelhos terão telas com entre 7 e 10 polegadas, câmera, saída de vídeo e conteúdos pré-instalados.
A estratégia foi anunciada pelo ministro como forma de resolver o problema da evasão escolar no Ensino Médio. “A escola precisa se reinventar para atrair e dialogar com essa juventude”, afirmou na ocasião, ao dizer que o modelo de escola atual é do século XVIII e que é preciso renová-lo. Curiosamente, a imagem coincide com a descrita por Jens Bammel, secretário da International Publishers Association, ao falar sobre a febre mundial dos tablets na educação no 3º Congresso Internacional do Livro Digital, em São Paulo. “Em todo o mundo, surgem políticos dizendo que é preciso trazer a sala de aula para o século XXI enquanto tiram fotos com iPads ao lado de crianças sorridentes”, afirmou, ao descrever o que chama de “tecnofilia dos políticos”. “Na hora, discursam sobre como se isso somente fosse capaz de dar um salto nos indicadores de qualidade, porém, o que se forma é um ciclo de entusiasmo em que os governos repetem os mesmos erros: criam grande expectativa, as coisas se acalmam, as pesquisas mostram pouco ou nenhum resultado e o projeto é enterrado quietamente. Até que um outro político descobre um novo aparato tecnológico com que desfilar diante das câmeras.”

10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO QUEBRA O PAÍS?



09.07.2012 10:50

O que quebrará o País? Vladimir Safatle - Carta Capital de 26/07

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nos últimos dias que a elevação dos gastos com a educação ao patamar de 10% do Orçamento nacional poderia quebrar o País. Sua colocação vem em má hora. Ele deveria dizer, ao contrário, que a perpetuação dos gastos em educação no nível atual quebrará a Nação.
Alunos de universidades públicas de todo país se reúnem em frente ao Museu Nacional da República para reivindicar uma audiência o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Foto: Agência Brasil
Neste exato momento, o Brasil assiste a praticamente todas as universidades federais em greve. Uma greve que não pede apenas melhores salários para o quadro de professores e funcionários, mas investimentos mais rápidos em infraestrutura. Com a expansão do ensino universitário federal, as demandas de recurso serão cada vez mais crescentes e necessárias. Isto se quisermos ficar apenas no âmbito das universidades públicas.
Por trás de declarações como as do ministro, esconde-se a incompreensão do que é o próximo desafio do desenvolvimento nacional. Se o Brasil quiser oferecer educação pública e de qualidade para todos precisará investir mais do que até agora foi feito. Precisamos resolver, ao mesmo tempo, problemas do século XIX (como o analfabetismo e o subletrismo) e problemas do século XXI (como subvenção para laboratórios universitários de pesquisa e internacionalização de sua produção acadêmica). Por isto, nada adianta querer comparar o nível de gasto do Brasil com o de países com sistema educacional consolidado como Alemanha, França e outros. Os desafios brasileiros são mais complexos e onerosos.
Observação nossa: Convencemos os congressistas. Agora temos que convencer a Dilma! Vê se pode uma coisa dessa!?

MOVIMENTO TODOS PELA EDUCAÇÃO NO SENADO

     Hoje, após o almoço, ligamos na TV Senado. Estava acontecendo uma audiência na Comissão de Educação, Cultura e Esportes, daquela casa, onde se discutia os motivos pelo não cumprimento do país no que se refere às metas de melhoria da educação. Falava a Srª Priscila Cruz, representando o movimento Todos pela Educação. Ela, com muita calma e lucidez, apresentou gráficos demonstrando as diferenças de aprendizado entre as diferentes regiões do Brasil, entre os que tinham entrado em creches e os que não tiveram acesso a elas, entre os que cursaram as séries nas idades corretas e os que cursaram atrasados ou adiantados e outros dados.  Ao final de sua fala, comparou a prioridade dada a educação por países como Coreia, Japão e Chile com o Brasil. Foi bastante incisiva ao colocar aos senadores que aqui nunca nenhum governante levou a sério a questão educacional, limitando-se a alguns pequenos ajustes. Disse que lá os administradores realmente abraçaram a causa e promoveram uma verdadeira revolução educacional que permitiram aos seus países um grande desenvolvimento tecnológico e social. Explicou como a educação pode desenvolver uma nação. 
     Pelo que observamos, sua fala atingiu os senadores, pois os mesmos ficaram calados e, aparentemente, pensativos e preocupados. Logo em seguida, começou a falar outro expositor, destacando a falta de poder e de autonomia dos diretores para tomar iniciativas que possam atender aos professores e alunos, comparando a agilidade de uma escola particular de bom nível com a burocracia estatal. Também deu depoimento dizendo que os alunos que ingressaram via PROUNI nas universidade tiram notas acima das médias de outros alunos (citou dados), o que, segundo ele, vem demonstrar que mesmo sem uma boa estrutura familiar, os alunos conseguem superar as suas limitações, comprovando a validade do dinheiro investido na educação. 
     Como tivemos que voltar  para o SINTED, não vimos como terminou a audiência. Mas, pelo que notamos, os senadores sentiram bastante o valor do investimento educacional, como também a nossa seriedade com a questão. Sempre colocamos que era necessário explicar aos políticos o porquê das nossas queixas. Parece que, enfim, estamos conseguindo que eles entendam a situação educacional brasileira.

VISITA AO AFONSO PENA - PLANEJAMENTO ONLINE

     Hoje, 26/07, estivemos no Afonso Pena,  por solicitação dos (as) colegas, para conversarmos sobre o planejamento online implantado pela Secretaria de Educação. A nossa presidente, Profª Maria Diogo, que esteve na sexta passada na FETEMS, assistiu a uma exposição feita pelo técnico da SED, onde ele ouviu as reclamações e disse que iria fazer alguns ajustes. Disse também que por enquanto a secretaria não abriria mão do plano quinzenal, pelo menos até o final do ano, quando iriam fazer uma avaliação dos resultados, mas que estaria aberto às possíveis sugestões. Falou que até agora não tinha recebido nenhuma reclamação ou propostas por escrito. Ressaltou que as "punições" foram convertidas em "notificações" que devem ser feitas pelos coordenadores escolares no sentido de o professor corrigir os possíveis erros. As punições ocorreriam somente no caso de o profissional se recusar a seguir as orientações da SED.
     O Profº Roberto, presidente da nossa federação, pontuou a ele que deveria haver um procedssso mais democrático entre a secretaria e os profissionais. Que os técnicos deveriam ouvir os professores antes de implantarem as mudanças que julgarem necessárias para a melhoria do ensino, pois também queremos essas melhorias. Aproveitou e cobrou a implantação dos 1/3 da nossa hora-atividade, até para que os professores possam ter tempo de cumprir as metas estabelecidas pela secretaria. Roberval respondeu que isso era uma decisão que cabe ao governador, mas que a secretaria estaria já vendo essa possibilidade.
     Resolvemos, então, fazer um documento bem embasado e comprometido com a realização do planejamento, propondo mudanças  no sentido de melhorar a sua confecção e sua aplicação, passando pelo Colegiado Escolar para maior validade e força. A nossa presidente explicou que nesses casos (Secretaria-escola-pedagógico) a comunidade escolar teria mais força que a diretoria sindical. É claro que estaríamos ajudando na confecção do documento e em outras situações, se assim os (as) colegas entenderem. Pensamos que, se estamos brigando pela modernização da escola no PNDE, não podemos ser contra o planejamento online porque estaríamos entrando em contradição. O que podemos discutir é a maneira como ele foi e está sendo implantado. É o que estamos fazendo.
     Estamos à disposição de outras escolas para acompanhar a iniciativa dos (as) colegas do Afonso Pena para que tenhamos mais força junto aos técnicos da SED.

     Lembramos que um dos meios de sermos valorizados é mostar a nossa DISPOSIÇÃO PARA AS MUDANÇAS NECESSÁRIAS  no sentido de avançarmos na melhoria do ensino público.    

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Reajuste na diária da Casa do Trabalhador


Informamos aos filiados/as que a partir de 1º de agosto a diária da nossa Casa do Trabalhador será alterada, pois esse valor não sofria reajuste há algum tempo e estamos levando em conta os custos que são gerados, como alimentação, roupas de cama e manutenções gerias. Os valores serão:
Filiados/as – de R$ 15 para R$ 20


Pai, mãe e agregados – de R$ 18 para R$ 25

Acompanhantes – de R$ 31 R$ 40





FETEMS debate sobre cidades que não receberão recursos federais para educação



Em 25/07/2012 11:38h
Segundo reportagem da revista Educação, do último dia 21, dos 5.564 municípios brasileiros, 1.234 estão com acesso bloqueado às transferências de convênios federais. Isso significa que 22,1% dos municípios brasileiros não terão direito, este ano, a utilizar os recursos de programas federais importantes, como o Caminho da Escola e o ProInfância porque não cumpriram a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Do total de municípios fora da Lei, 1.192 são considerados inadimplentes por não terem transmitido dados de 2011 ao Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope) e 42 não comprovaram o investimento mínimo de 25% de suas receitas em educação, como exigido pela Constituição.
De acordo com dados do SIOPE destes municípios brasileiros que não comprovaram o investimento mínimo de 25% de suas receitas em educação, como exigido pela Constituição, dois são de Mato Grosso do Sul: Deodápolis que investiu 19,96% e Ladário que investiu 20,07%.
Para o presidente da FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Magno Botareli Cesar, os municípios brasileiros precisam se adaptar a Lei de Responsabilidade Fiscal para não terem os seus recursos congelados e prejudicarem a qualidade da educação pública. “Essa realidade preocupa o movimento sindical da educação, pois sem recurso a qualidade da educação pública fica seriamente comprometida. Além disso, isso nos mostra claramente que existe uma grande falta de comprometimento das administrações públicas com o ensino público”, afirma.
Sobre as cidades de Mato Grosso do Sul que não estão investindo a porcentagem solicitada pela constituição, em educação, o presidente da Federação, informou que a entidade irá cobrar mudanças, juntamente com os SIMTED’s (Sindicatos Municipais dos Trabalhadores em Educação) dos dois municípios. “Não podemos aceitar essa realidade de braços cruzados, iremos tomar as providências cabíveis e exigir uma mudança de postura destas administrações”, conclui.



Hoje comemora-se o Dia da Mulher Negra Latino-americana


O dia 25 de julho foi instituído pela ONU como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, na República Dominicana, em 1992. A data foi escolhida como marco internacional da luta e resistência da mulher negra. Desde então, vários setores da sociedade atuam para consolidar e dar visibilidade a esta data, tendo em conta a condição de opressão de gênero, raça e etnia vivida pelas mulheres negras.
O objetivo da comemoração de 25 de julho é ampliar e fortalecer as organizações de mulheres negras, construir estratégias para a inserção de temáticas voltadas para o enfrentamento ao racismo, sexismo, discriminação, preconceito e demais desigualdades raciais e sociais. É um dia para ampliar parcerias, dar visibilidade à luta, às ações, promoção, valorização e debate sobre a identidade da mulher negra brasileira.

O SINTED parabeniza as nossas belas mulheres negras que representam a educação e outras categorias bravamente, seja nas salas de aula, nas dependências das unidades escolares ou nos cargos de direção e chefia. VOCÊS SÃO AS GUERREIRAS QUE LUTAM HISTÓRICAMENTE  para a construção de um mundo igualitário, justo e principalmente sem discriminação de qualquer natureza.


AMÉRICA LATINA EM PAUTA




Autor de diversos livros Nils Castro, intelectual do Panamá, lançou durante a Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20 realizado entre os dias 15 e 22 de junho, no Rio de Janeiro (RJ), sua mais recente obra: “As esquerdas latino-americanas em tempo de criar”. (Entrevista à revista Brasil de Fato - site).
Quais são as principais forças de resistência na América Latina hoje?
Nosso continente tem uma rica diversidade de processos nacionais e socioculturais que é preciso compreender e somá-los sem restringir as forças da pluralidade de seus integrantes. No passado, o esforço teórico por destilar definições classistas, rigorosas e estreitas nem sempre conduziu a melhores resultados práticos senão a maiores sectarismos políticos. Prefiro as noções mais generalizadas que abarcam toda a variedade dos contingentes dos oprimidos, marginalizados, despossuídos, explorados e discriminados. A todos os que padecem da injustiça e carecem de participação, sem importar muito se se trata de pobres do campo ou da cidade, de trabalhadores manuais, de pequenos proprietários ou de intelectuais.
Talvez na Europa dos socialdemocratas do século XIX e começo do XX essas definições excludentes tiveram utilidade, mas na América Latina não foi assim; essas categorias sociais aqui não estão tão diferenciadas e, se estiveram, nosso papel não seria o de separá-las e sim a de uni-las. Assim, prefiro as noções mais amplas de chamada, como a de Fidel Castro em “A história me absolverá”, que não excluía e incitava a classe média – por isso ali a revolução triunfou – e como a de Nelson Mandela.
Nenhuma solução revolucionária pode nascer e desenvolver-se nascendo de um sectarismo.

A América Latina passou por um período, no século passado, de muitas ditaduras militares e muitas delas, segundo alguns estudiosos, foram viabilizadas pelos Estados Unidos. Qual a influência estadunidense hoje na região?
Não apenas viabilizadas, mas impostas por distintas agências estadunidenses, quando suas autoridades impediam que os povos latino-americanos pudessem eleger os governos que gostariam. Isto não é mais assim na medida em que o poder relativo dos Estados Unidos tem diminuído, e que alguns setores da opinião pública americana agora têm concepções mais éticas e democráticas, em que os povos latino-americanos são menos tolerantes com as ingerências estrangeiras, e em que os governos progressistas na América Latina têm conseguido recuperar maiores cotas de autodeterminação e soberania.
No entanto, embora a hegemonia estadunidense não esteja tão esmagadora como antes, não deve ser subestimada. No establishment quem controla Washington são as forças reacionárias e prepotentes que dispõem de um conjunto de agências oficiais, extraoficiais e privadas de amplo alcance conspirativo e pouco respeito pelas leis e o espírito do direito internacional. Há anos que experimentamos invasões militares como a da República Dominicana (1965) e Panamá (1989), mas isso não significa que essa alternativa seja materialmente possível, posto que em países mais remotos como Iraque e Afeganistão elas seguem ocorrendo.
A viabilidade de nossos projetos progressistas de maior alcance depende de nós mesmos, e da solidariedade entre nossos povos e governos: de nossa própria coragem moral e política, como tem demonstrado a resistência cubana. Isso exige duas coisas: por uma parte, incrementar nossa capacidade de esclarecer ideais e criar cooperações em diálogo com setores progressistas estadunidenses. De outro modo, nossa capacidade de propor a nossos povos projetos em que eles possam crer e confiar, e que produzam resultados desejáveis e eles queiram defender.

Nos últimos anos ocorreram tentativas de golpes na Venezuela, Bolívia, Equador e Honduras, e em junho o presidente do Paraguai foi deposto. Existe alguma relação entre esses fatos? Como você avalia a saída de Fernando Lugo do poder?
No ano passado publiquei um ensaio chamado Quem é e o que pretende a “nova direita”, que circulou bastante nos meios digitais e que aborda um tema que agora desenvolvi mais neste último livro. Ali digo que com a eleição dos governos progressistas a direita tradicional foi vencida nas urnas e perdeu temporariamente a luta, mas que não foi derrotada em seu poder econômico, sociocultural e midiático. Portanto, tem amplos recursos para reavaliar a situação e criar seus novos métodos, linguagens, mitos e formas de persuasão e engano para lutar pela recuperação do governo.
Pode ser por novos meios, como no Panamá e no Chile, criando a lenda de que convém eleger um “não político” que é um empresário exitoso, isto é, um personagem que demonstra grandes habilidade para os negócios e está disposto a por seu serviço à disposição da sociedade. Um personagem que acima de tudo, como é muito rico, já não necessita enriquecer com o uso do governo: eficiente e honesto, é o substituto perfeito dos desprestigiados políticos tradicionais. Este modelo se iniciou com Berlusconi na Itália e continuou com Martinelli e Piñera em nossa América. Nos três casos, apoiando-se em uma esmagadora ofensiva midiática, para instalar esse mito e desqualificar seus adversários.
Este modelo é um fracasso, posto que os três têm sido um fracasso no governo e tem causado uma enorme desilusão social.
No entanto, as direitas também estão tentando reconquistar o governo através de variantes “melhoradas” de seus velhos métodos: em Honduras, os generais deram o golpe, mas em seguida se disseram ao lado entregando o poder aos civis mais reacionários, para amortecer as reações antigolpistas. No Paraguai não acionaram o exército, mas promoveram astutamente um golpe parlamentar supostamente “legal”, mas ostensivamente ilegítimo, também buscando neutralizar as resistências. No Equador e Bolívia, tentaram simular conflitos étnicos e sindicais, como o das demandas salariais e dos policiais.
Em todos os casos, houve uma cobertura de artilharia intensa dos grandes meios tradicionais de comunicação, que servem para distorcer os fatos e o discurso dos pretextos golpistas.


PADRE JOÃO PEDRO BARESI - UMA OPÇÃO PELOS POBRES


Sacerdote comboniano relata seus caminhos religiosos e sua atuação no Brasil por justiça social. Parte de entrevista concedida à revista Brasil de Fato (site).

 Quem são os combonianos?
É uma palavra difícil. Comboni nasceu a 60 km da minha casa. E se rebelou na juventude, um espírito de Deus. Decidiu dar a sua vida por alguém que precisasse. Decidiu ir ao Japão porque tinha lido a respeito dos mártires japoneses que tinham sido mortos. Depois encontrou com alguém que vinha da África e começou a descrever a situação de lá. E ele resolveu ir pra lá por estarem pobres e abandonados. Ele partiu para lá e, naquela época, no mapa da África Central, estava só escrito: HIC SUNT LEONES (Aqui existem leões). Não se sabia nada. Ele partiu quando Roma estava fechando a presença da igreja no continente africano porque morriam todos. Ele praticamente colocou um pé na porta e conseguiu a manter aberta. Então, o que admiro em Comboni? Resume-me naquela frase: a única paixão da minha vida foi o povo negro. Nós combonianos devemos muito a isso aqui no Brasil. Nós tivemos um grande homem, que morreu muito jovem, Heitor Frisoti, que se identificou muito com o povo negro do Brasil. Mas nós não tivemos a capacidade e a prontidão.

Nesse sentido de conhecer a realidade do povo, o senhor acha que o celibato deveria ser opcional?
Sim. Eu primeiro digo que faria a opção pelo celibato, mas deve ser opcional. Eu tenho amigos seminaristas que seriam ótimos padres missionários, mas largaram por querer casar.
 Nesse sentido, o senhor acha que esse “espírito” da Teologia da Libertação, se transmutando, ele está presente nos indignados da Espanha, no Occupy Wall Street...
Evidente. Está presente em 1968. Cito mais uma vez Comblin, quando dizia que os terroristas de hoje serão os heróis de amanhã. Isto é, a maneira de olhar a história que precisa descobrir (precisa ser descoberta). Quer seja a história do poder ou a história do povo que cresce. Agora eu acho que muitas pessoas da teologia, digamos da pastoral da libertação, para não ficar nos especialistas, prejudicaram muito a linha libertadora. Faziam aqueles comícios na igreja, não aprofundavam nada, teve gente que foi afastada das comunidades só porque queriam rezar... Eu penso que a linha da teologia da libertação está vivendo um inverno. Mas eu acredito que as sementes estão aí. E resistem os melhores. Quem entrou no oba-oba já era, porque o reino de Deus não cresce no oba-oba. Deve-se entregar a vida. Não se deve ganhar. A história é sempre um perder. Esse é o sentido da morte de Cristo. A vitória com toda a aparência de morte, de derrota. Isso é difícil de assimilar.

E o que é afinal o “espírito” da Teologia da Libertação?
Você fala em teologia e já sabe que reflete na pastoral da libertação. Está no documento da Conferência de Meddelín, que disse: “olhando para o nosso povo descobrimos que tem um grito abafado para ser libertado e que ninguém escuta”. Então o espírito é serviço ao povo. A igreja que não é pra si mesma.

MUDANÇAS EM CUBA E O SOCIALISMO


Retratamos aqui parte de uma entrevista feita pela revista Brasil de Fato com a filósofa  cubana Isabel Monal sobre a trajetória socialista de seu país.
Vamos falar, agora, sobre as mudanças em Cuba. 
A necessidade de fazer mudanças é evidente. Essa necessidade de modificação era pedida por absolutamente todos. Claro que nem todos tinham em mente o que deveria ser mudado e como deveria ser feito, e ainda hoje pode ser que isso se dê. A juventude, também, estava pedindo essas mudanças como um eixo normal e natural da dinâmica desta própria sociedade. Mas, além disso, no caso específico de Cuba, me parece obviamente necessário o que chamamos de atualização do modelo cubano.

Como seria esse processo?
Reafirmo que as mudanças devem implicar em uma atualização do modelo. Além disso, há a necessidade de retificação de linhas que se seguiram e que estavam erradas, sendo necessário modificá-las. Por exemplo, a liquidação de quase todo o artesanato, que contém uma cultura de séculos.
E o processo revolucionário?
Um dos problemas que nós revolucionários temos ao longo da história é a impaciência. Estamos cheios de um espírito de maior ou menor impaciência. Isso nos faz atuar, nos impulsiona. Mas essa impaciência faz com que se queira já uma ótima forma de justiça social, qualquer forma de desigualdade incomoda muito. Marx, através da Crítica ao Programa de Gotha, alerta contra isto. Não se liquida tudo da velha sociedade de uma só vez. E nós, levados por essa impaciência de liquidar o velho, quisemos queimar etapas e as consequências se pagam. Algumas das coisas que no exterior se divulga é que estamos rumo ao retrocesso ao capitalismo – e eles dizem retrocesso porque é o que eles querem – mas não estamos em um processo de regresso ao capitalismo de nenhuma maneira. O que não quer dizer, por exemplo, que toda uma série de formas de trabalho que em Cuba chamamos de ‘conta própria’, que já existiam, não possa existir.
Como o socialismo e as mudanças propostas são vistas pela juventude?
Temos um problema muito específico com as novas gerações. Eles não têm – e isso não é uma questão só de Cuba – uma verdadeira compreensão, um verdadeiro interesse no mundo. E esse interesse pelo mundo e essa compreensão do mundo, em primeiro lugar, deve ser uma condição desse homem do socialismo que não pode pensar só nele.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

PARA QUEM GOSTA DE SE MANTER BEM INFORMADO

     Quem gosta de boas informações, fora da mídia comum, acesse: www.outraspalavras.net

     Precisamos estar providos de boas fontes de informações para que não "entremos de embrulho" nas opiniões da grande mídia que pertence aos que detém o poder econômico e politico.
     

DESOBEDIÊNCIA CIVIL NO RIO

     Desobediência civil é quando um povo se revolta contra uma atitude de um governo, recusando a obedecer uma norma instituída por ele.
     No dia 16/07, o governo do Rio de Janeiro tentou fechar um hospital para aumentar um instituto do câncer que fica ao seu lado. Os funcionários do hospital (médicos, enfermeiros e administrativos), juntamente com o povo, impediram o fechamento, não deixando que retirassem os materiais do estabelecimento. Os funcionários disseram que se cortassem os seus salários devido a atitude por eles tomada continuariam a atender a população do mesmo jeito.Os médicos disseram que estariam de plantão constatante. A imprensa filmou tudo. E agora? O que o governo fará?
     Certo é que se todos fizessem isso pelo país afora, certamente os governos pensariam duas vezes antes de tomar atitudes contrárias aos INTERESSES DO POVO! Parabéns aos que lutam pelos seus direitos!

terça-feira, 10 de julho de 2012

CRISES, GOVERNOS, PARTIDOS E SINDICATOS

     Mais uma vez assistimos o mundo rodeado por crises financeiras e sociais. Mais uma vez, os governos buscam salvar bancos e empresas em detrimento dos empregos das pessoas. Aqui em nosso país, os partidos se transformam em uma verdadeira salada político-ideológica no "vale-tudo" eleitoral. 
     Por incrível que pareça, até governos de cunho esquerdista como o de Dilma resiste a uma verdadeira guinada nos rumos do país ao se levantar contra os 10% do PIB para a educação e ameaçar com o corte dos salários os funcionários federais em greve por melhores salários. 
     Disso tudo, poderemos tirar algumas conclusões (?): - o regime militar conseguiu acabar com o sistema político nacional, quando extinguiu a UDN, o PSD, o PTB, o PCdoB e outros, criando a famigerada ARENA  e o folclórico MDB; - o único partido que surgiu fora daquele esquema, o PT, perdeu sua originalidade ao se aliar com partidos que antes criticava, para ganhar eleições e governar; - o sistema capitalista continua gerando crises e mais crises, sem se importar com os menos favorecidos; - hoje, pelo menos nós, brasileiros, estamos perdidos em meio a tantos desafios e desencontros. E agora, José?
     Nós, sindicalistas, devemos continuar nossa busca pela paz e pela justiça social, não tendo medo e/ou vergonha de criticar os que apoiamos e resolveram mudar de rumo. Continuamos a creditar que o mundo atingirá um melhor equilíbrio, em todos os sentidos, se conseguirmos a igualdade social, suprimindo a miséria e a exploração dos homens e da natureza em todos os cantos do mundo. A luta continua! Petrônio Filho.

HAPPY-HOUR JULIANO - MAIS UMA ÓTIMA FESTA