quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

DECOREBA NO ENSINO

Estudantes universitários na década de 1950

Enviado por luisnassif, seg, 21/01/2013 - 21:18
Por Anarquista Lúcida

Comentário ao post "A importância da decoreba no processo de aprendizagem"

Ivan, te devo uma! Infelizmento o texto do próprio Feynman nao está mais disponível, o link de dentro do do tópico do Nassif nao abre. Mas nesse tópico já há algumas coisas importantes, vou pôr aqui:

Conteúdo do post: "As críticas de Feynman aos universitários dos anos 50", por Paulo Eduardo Neves

No início da década de 50, o físico Richard Feynman passou duas temporadas lecionando no Brasil. O sujeito ainda não tinha ganho seu prêmio Nobel, mas já havia ajudado a construir a bomba atômica. Ele se apaixonou pelo Brasil, tocou frigideira em escola de samba, mas seu relato da Academia brasileira é uma deprê só:

http://www.uel.br/cce/fisica/pet/Ensino%2520de%2520F%25EDsica%2520no%2520Brasil%2520segundo%2520Richard%2520Feynman.pdf

Até acho que melhorou, mas não acho que tenha mudado muito. Já vi situações parecidas como a da delegação de alunos que foi reclamar do curso muito difícil.

Veja só um trecho: Dei um curso na faculdade de engenharia sobre métodos matemáticos na física, no qual tenteidemonstrar como resolver os problemas por tentativa e erro. É algo que as pessoas geralmente nãoaprendem; então comecei com alguns exemplos simples para ilustrar o método. Fiquei surpreso porque apenas cerca de um entre cada dez alunos fez a tarefa. Então fiz uma grande preleção sobrerealmente ter de tentar e não só ficar sentado me vendo fazer.

Depois da preleção, alguns estudantes formaram uma pequena delegação e vieram até mim, dizendoque eu não havia entendido os antecedentes deles, que eles podiam estudar sem resolver osproblemas, que eles já haviam aprendido aritmética e que essa coisa toda estava abaixo do níveldeles.

Então continuei a aula e, independente de quão complexo ou obviamente avançado o trabalho estivesse se tornando, eles nunca punham a mão na massa. É claro que eu já havia notado o queacontecia: eles não conseguiam fazer!Uma outra coisa que nunca consegui que eles fizessem foi perguntas. Por fim, um estudanteexplicou-me: “Se eu fizer uma pergunta para o senhor durante a palestra, depois todo mundo vaificar me dizendo: “Por que você está fazendo a gente perder tempo na aula? Nós estamos tentandoaprender alguma coisa, e você o está interrompendo, fazendo perguntas”.

Era como um processo de tirar vantagens, no qual ninguém sabe o que está acontecendo e colocamos outros para baixo como se eles realmente soubessem. Eles todos fingem que sabem, e se umestudante faz uma pergunta, admitindo por um momento que as coisas estão confusas, os outros adotam uma atitude de superioridade, agindo como se nada fosse confuso, dizendo àquele estudante que ele está desperdiçando o tempo dos outros. Expliquei a utilidade de se trabalhar em grupo, para discutir as dúvidas, analisá-las, mas eles também não faziam isso porque estariam deixando cair a máscara se tivessem de perguntar alguma coisa aoutra pessoa. Era uma pena! Eles, pessoas inteligentes, faziam todo o trabalho, mas adotaram essa estranha forma de pensar, essa forma esquisita de autopropagar a "educação", que é inútil, definitivamente inútil!

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