quinta-feira, 8 de novembro de 2012

DEPUTADO AUTOR DOS ROYALTIES PARA EDUCAÇÃO FALA DA VOTAÇÃO


Zarattini, sobre os royalties do petróleo para a educação: “A maioria da Câmara foi incoerente ontem”
07/11/2012 | Publicado por Renato Rovai em Sem categoria (Blog do Rovai - Postado aqui por Petrônio Filho)
Ontem, a Câmara dos Deputados votou os projetos que redistribuem os royalties do petróleo entre estados e municípios produtores e não produtores.
Um substitutivo, apresentado pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP), ao projeto que veio do Senado, determinava que 100% dos royalties dos poços que serão licitados a partir de 2013 deveriam ser aplicados na educação. E também buscava uma solução equilibrada para a redistribuição dos royalties, sem diminuir abruptamente a receita dos estados e municípios produtores.
Pois bem, o substitutivo foi derrubado, por nove votos.
Deputado, o senhor poderia me explicar como funcionaria a reserva de recursos para a educação, caso o seu texto tivesse sido aprovado?
O que seria distribuído para Estados e municípios através de um fundo, chamado fundo especial, deveria ser 100% gasto na educação. Isso significaria, mais ou menos, 9 bilhões de reais.
Os royalties têm duas partes: o royalty propriamente dito e a chamada participação especial, que é um volume bastante grande de dinheiro, equivalente aos royalties. Então, nós destinamos também toda essa chamada participação especial, que fica com a União, para o Ministério da Educação, o que representaria aproximadamente 7 bilhões de reais.
Teríamos, imediatamente, de 15 a 16 bilhões de reais para a educação no Brasil nas três esferas, municipal, estadual e federal.
Caso o seu texto tivesse sido aprovado, qual seria o impacto para a melhoria da educação?
Seria bastante significativo. Agora, de fato, o dinheiro é uma parte da coisa. É preciso ter mudanças importantes, um acompanhamento maior das cidades. Nosso grande problema é na educação básica, que fica a cargo dos municípios. Tem que haver um esforço grande para melhorar a qualidade.
É importante ter recursos, mas, além disso, precisa existir um reforço e uma restruturação do ensino.
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM) afirma que o seu projeto engessaria os recursos do royalties. Ele diz, por exemplo, que existem municípios que têm a educação resolvida e ficariam impedidos de investir em outras áreas mais críticas.  Como o senhor analisa esse argumento? 
Os municípios que têm esse excesso de dinheiro na educação são muito poucos, são municípios com uma receita extremamente alta e uma população pequena.
São casos raros no Brasil como, por exemplo, Paulínia, que possui uma arrecadação enorme e uma população pequena. Portanto, eles acham que está resolvido. Mas se você for ver o problema da educação lá, não é tão melhor que nas outras cidades.
Efetivamente, essa seria uma distorção, temos que olhar para todo o Brasil. A maioria dos municípios seria beneficiada por essa iniciativa.
(...)
Esta proposta de redistribuição foi negociada com estados e municípios?
Foi negociada, mas existe um setor radical, a CNM, Confederação Nacional dos Municípios, que é comandada por um cara extremamente reacionário, chamado Paulo Ziulkoski, que operou contrariamente ao projeto. Trabalhou o tempo todo contra esse acordo.
O projeto aprovado ontem não dá nenhuma garantia de receita para o Rio de Janeiro e Espirito Santo. Ele distribui a receita, mas, ao mesmo tempo, vai provocar sérios danos às finanças do Rio de Janeiro e do Espírito Santo
(...)

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