Professor defende reorganização do ensino médio para estimular aluno
Agência Brasil/MA - Site MIDIAMAX - Postado aqui por Petrônio Filho.
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já pode ser comparado às provas adotadas por países desenvolvidos para ingresso em universidades, como o S.A.T., nos Estados Unidos, ou vestibulares unificados de países europeus, como a França e a Alemanha.
Apesar de equiparar a prova nacional a modelos estrangeiros consolidados, o professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Remi Castioni diz que, para que o Brasil colha os mesmos resultados educacionais das grandes economias, precisa repensar a estrutura oferecida no ensino médio.
“Precisamos definir de fato qual o papel do ensino médio e a ligação com o ingresso na universidade. É impossível o formato que o ensino médio assumiu, com 23 componentes curriculares. Por isso, ele é hoje pouco atraente e uma espécie de passagem forçada para chegar à universidade. Acabou sendo um mau necessário”, avaliou.
Segundo o professor, os jovens não conseguem entender o motivo de muitos desses conteúdos serem cobrados sem que tenham relação com as habilidades que pretendem desenvolver. “Temos que reorganizar nosso ensino médio, sem prejudicar a formação dos jovens, mas também não desestimular seu desempenho nessa etapa.
O aluno poderia ter a carga de disciplinas tradicionais, mas poderia escolher outras formações que diriam respeito mais a opções individuais e [ajudariam a] direcionar para o ensino superior”, defendeu Castioni. Ao defender o potencial do exame para o ingresso em universidades, o professor da Faculdade de Educação da UnB alerta que as mudanças feitas no Enem ao longo dos últimos anos, descaracterizou o seu papel original.
Quando foi criada em 1998, a prova tinha o objetivo de avaliar o desempenho do aluno na conclusão da escolaridade básica. Ao longo dos anos, o Enem assumiu novas dimensões, à medida que foram agregados outros serviços ao exame, como o ingresso em instituições de ensino superior públicas, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), e privadas, por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni).
“Tem um leque de opções que deu visibilidade ao exame e um contingente de pessoas que voltaram a estudar porque viram nova oportunidade. Essa magnitude precisa ser encarada e precisamos definir qual é o papel do Enem. Talvez pudéssemos ter uma conformação com um exame para avaliação do ensino médio e outro que agregasse a possibilidade de ingresso no ensino superior”, defendeu o professor. Segundo ele, este é um momento crucial de debates sobre o papel do ensino médio.
“Se tivermos um exame mais calibrado capaz de traduzir informações que possam alimentar o sistema educacional, prestaríamos um grande serviço às secretarias de Educação.” O marco da transformação do Enem ocorreu em 2009, quando o exame passou a ser usado por várias universidades como critério de ingresso em cursos superiores.
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